quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quilombolas de Brejo dos Crioulos se acorrentam no Palácio do Planalto

Qua, 28 de Setembro de 2011 14:52
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acampamento_brejo_dos_crioulosPor Helen Santa Rosa - Três quilombolas de Brejo dos Crioulos estão, neste momento, acorrentados em frente do Palácio do Planalto. Junto a eles, permanecem acampados 100 quilombolas, que exigem da presidente Dilma Roussef, a assinatura do decreto de desapropriação do seu território. Há mais de 12 anos, os quilombolas esperam a titularização de suas terras e têm enfrentado uma série de agressões durante esse tempo. Hoje à tarde, às 14h30 horas, os quilombolas participam de Audiência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara de Deputados, Plenário 9, onde serão debatidos os conflitos agrários em comunidades quilombolas. 

http://www.abpn.org.br/

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola

Vão orientar os sistemas de ensino para que eles possam colocar em prática a Educação Escolar Quilombola mantendo um diálogo com a realidade sociocultural e política das comunidades e do movimento quilombola. Câmara de Educação Básica (CEB), do Conselho Nacional de Educação (CNE)
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola

Educação Quilombola

Para elevar a qualidade da educação oferecida às comunidades quilombolas, o Ministério da Educação oferece, anualmente, apoio financeiro aos sistemas de ensino. Os recursos são destinados para a formação continuada de professores para áreas remanescentes de quilombos, ampliação e melhoria da rede física escolar e produção e aquisição de material didático.


Levantamento feito pela Fundação Cultural Palmares, órgão do Ministério da Cultura, aponta a existência de 1.209 comunidades remanescentes de quilombos certificadas e 143 áreas com terras já tituladas.
Existem comunidades remanescentes de quilombos em quase todos os estados, exceto no Acre, Roraima e no Distrito Federal. Os que possuem o maior número de comunidades remanescentes de quilombos são Bahia (229), Maranhão (112), Minas Gerais (89) e Pará (81).


Estudos realizados sobre a situação dessas localidades demonstram que as unidades educacionais estão longe das residências dos alunos e as condições de estrutura são precárias, geralmente construídas de palha ou de pau-a-pique. Há escassez de água potável e as instalações sanitárias são inadequadas.
De acordo com o Censo Escolar de 2007, o Brasil tem aproximadamente 151 mil alunos matriculados em 1.253 escolas localizadas em áreas remanescentes de quilombos. Quase 75% destas matrículas estão concentradas na região Nordeste.


A maioria dos professores não é capacitada adequadamente e o número é insuficiente para atender à demanda. Em muitos casos, uma professora ministra aulas para turmas multisseriadas. Poucas comunidades têm unidade educacional com o ensino fundamental completo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Relatora constata falta de estrutura e falhas pedagógicas em escolas quilombolas

Camila Queiroz
Jornalista da ADITAL
Adital
Em visita iniciada no dia 19 e concluída hoje (22) no estado do Piauí, Nordeste brasileiro, a Relatoria do Direito Humano à Educação (iniciativa da Plataforma DHESCA) encontrou um cenário de falta de estrutura e projeto pedagógico consistente para a educação quilombola.

A Relatoria passou pelas comunidades de Contente (município de Paulistana); Castanheira, Mutamba e Tronco (Paquetá) e Mimbó (Amarante). Já em agosto, houve visita ao estado do Pará, região Amazônica.
Relatora do Direito Humano à Educação, Denise Carreira afirmou que, durante a visita, observou que várias comunidades conquistaram o acesso à escola, algumas com prédio na própria comunidade, outras tendo de se deslocar com transporte escolar até uma comunidade próxima.
 Contudo, esse transporte, feito de maneira precária, foi o primeiro obstáculo à educação quilombola citado por Denise. "É um transporte problemático, feito com veículos sem estrutura, muitas vezes pau de arara. São muitas crianças, de idades variadas, sem adultos para monitorar dentro do veículo. Às vezes, o transporte quebra e as crianças ficam expostas ao sol, no meio do caminho”, conta.

Ela salienta que alguns municípios começam a adquirir veículos destinados ao transporte escolar, com verba do Ministério da Educação (MEC), mas em número ainda insuficiente perante a demanda.

Outro problema é a merenda escolar, classificada por Denise como insuficiente ou inadequada. "Percebemos muito uso de enlatados, quando o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) define que a merenda deve ser composta em 30% por produtos originários da Agricultura Familiar”, diz.

A relatora destaca dificuldades legais e burocráticas para aquisição destes produtos, uma vez que os pequenos produtores não dispõem da documentação necessária para se habilitarem a vender sua produção para a merenda escolar.

"Esse é um ponto fundamental a ser enfrentado. É muito importante avançarmos na merenda escolar que valorize a Agricultura Familiar e diversifique cardápio no Brasil, com alimentação de mais qualidade. Isso também percebemos no Pará. Comunidades quilombolas estão consumindo enlatados”, enfatiza.

Além disso, Denise constatou inadequação da proposta pedagógica, pois as escolas não estão abordando a história das comunidades. "Do ponto de vista das propostas pedagógicas, há a ausência de propostas que valorizem a história e a cultura das comunidades, invisibilizando-as. Os conteúdos não são trabalhados em sala de aula”, pontua.

Isto se dá em descumprimento à lei 10.639/2003, que estabelece que toda a Educação Básica brasileira, na rede pública e privada, deve abordar a história e cultura africana e afro-brasileira. "Quase nenhuma ou nenhuma escola cumpre isso e esse conteúdo é fundamental, não só nesses municípios, mas para todo o país”.

Para agravar a situação, profissionais da educação quilombola são precarizados, ganham menos que professores concursados. Segundo Denise, há falta de formação continuada e os municípios alegam que não há recursos para o setor. A relatora critica ainda a falta de acompanhamento dos profissionais por parte dos governos municipais e estadual.

Afora os problemas da educação quilombola, agora as comunidades estão aflitas com impactos sócio-ambientais e ameaças de remoção. Em Paulistana, os quilombolas de Contente sofrem impactos por conta da ferrovia Transnordestina. Já as outras comunidades serão impactadas pelas barragens de cinco hidrelétricas que estão sendo construídas no Rio Parnaíba.

Denise denunciou que comunidades serão inundadas e o governo não tem se preocupado em dialogar com os moradores para estabelecer alternativas; haverá remoções, mas eles não sabem para onde irão. "Queremos que se abra debate no Piauí e no Brasil, porque essa matriz energética desconsidera comunidades e o patrimônio histórico que representam”, arremata.

Próximos passos

Hoje (22), houve reunião da Relatoria com a sociedade civil, sindicatos e universidades. Também houve reunião com o Ministério Público Federal (MPF), secretário de Educação do Piauí, Átila Lira, e Ministério Público Estadual (MPE). Na ocasião, demandou-se canal de diálogo para que as comunidades possam informar sobre atendimento de Políticas Públicas em seu território e inventário social, cultural e histórico, bem como inventário educacional, das comunidades que serão atingidas por barragens.

A Relatoria visitará ainda comunidades do estado de Goiás e da região do Vale do Ribeira, interior de São Paulo. Será divulgado relatório completo, com recomendações, em dezembro deste ano, próximo ao Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 10 de dezembro.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Segunda reunião para a organização do I Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola







Aconteceu na tarde dessa quinta feira, dia 22 de setembro, a 2ª reunião para a organização do I Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola. Estiveram presentes representantes das Comunidades Quilombolas dos municípios de Rio Grande, Piratini, Canguçu, São Lourenço bem como representantes das Secretarias Municipais de Educação dos municípios de Candiota, São José do Norte, e São Lourenço do Sul. Ainda estavam presente representante da Fundação Universitária de Rio Grande - FURG e estudantes da UFPel. Também contamos com a presença de Francine e Joseph Handerson coordenadores do curso de educação a distância sobre educação das Relações Étnico-Raciais da UFPel/SECAD/MEC.Estão confirmadas as presenças de mais comunidades remanescentes de quilombo  de outros três municípios no evento:Cristal, Turuçu e Santana da Boa Vista.Neste sentido, temos um montante de treze municípios participantes e mais de vinte comunidades remanescentes.

I Encontro Estadual de Educação Escolar Quilombola

Aconteceu no dia 17 de Agosto, na Estação Experimental Agronômica da UFRGS, no município de Eldorado do Sul, o 1º Encontro Estadual de Educação Escolar Quilombola. O evento teve a participação de representantes das comunidades quilombolas da região central, sul, litoral do estado. Tendo o apoio do Instituto de Assistência as Comunidades Remanescentes de Quilombo(IACOREQ) e da Defensoria Pública do estado. A realização do encontro foi uma parceria entre UFPel e UFRGS.






Sobre as inscrições

Pessoal, esse evento conta com um total de 300 vagas, sendo 80% reservada aos representantes das comunidades quilombolas da região. Ou seja, 240 vagas são reservadas a eles. Até o dia 30 estaremos confirmando o total de quilombolas presentes no evento e a partir de então recebendo inscrições dos demais interessados via e-mail, os quais, conforme a ordem de inscrição irão receber confirmação. Cabe salientar que não teremos um transporte específico até o evento, ficando o translado de responsabilidade de cada um.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Vem aí mais uma reunião para organização do Encontro

Pessoal, nesta quinta feira, dia 22 de setembro, às 13hs e 45 min, na sala 245 da Faculdade de Educação/UFPel, ocorre mais uma reuniã com as Secretarias Municipais de Educação e representantes das diversas comunidades quilombolas da região para acertar detalhes do nosso Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola que ocorrerá dia 08 de outubro de 2011 no município de São Lourenço. Contamos com a presença de todos.

Cartaz do I Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola


Reunião de organização do I Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola

Aconteceu no dia 02 de setembro, nas dependências da Faculdade de Educação/UFPel a 1ª reunião com as Secretarias Municiapais de Educação dos municípios da região sul e representantes das Comunidades Quilombolas de Vó Elvira, Rincão das Almas, Rincão das Almas para a organização do 1º Encontro Regional de Educação Escolar Quilombola.
Ficando acertado que o local para a 1ª edição do evento será o município de São Lourenço do Sul e a data para a realização é dia 08 de outubro de 2011.